Em Defesa da Ciência e da Educação - Marcha Virtual Pela Ciência #7M
Atualizado: 11 de ago. de 2020
No período eleitoral de 2018, diversas forças da esquerda política fizeram suas análises de conjuntura e o que se constatou foi a onda crescente da direita reacionária, neoliberal, fundamentalista e antidemocrática. Existiam vários candidatos da direita, porém o escolhido pela a elite foi o atual presidente. Ele que sempre atacou a Ciência (principalmente as ciências humanas), as universidades e os direitos da classe trabalhadora.
O mais recente ataque que sofremos foi a portaria nº 1.329, de março de 2020 do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação que define quais áreas seriam prioridade para os projetos de pesquisa, de desenvolvimento de tecnologias e inovações durante quatro anos (2020-2023), deixando as ciências humanas e sociais em segundo plano. Essa medida está diretamente ligada a exclusão das ciências humanas no edital 2020-2021 do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC). Sabemos que a concessão de bolsas a estudantes de graduação integrados na pesquisa científica é fundamental para incentivar e manter estes na Universidade, uma vez que muitos dependem do valor da bolsa para sobreviver, além de fomentar o currículo acadêmico e impulsionar suas carreiras.
Diante disso, no final de abril de 2019, o Ministério da Educação anunciou um corte de 30% do orçamento para verbas de custeio e investimentos das Instituições Federais, como forma de barganha para aprovação da Reforma da Previdência. O corte ameaçou as universidades que corriam o risco de parar totalmente suas atividades por falta de verba. O que levou a um Tsunami de manifestações por todo o Brasil durante os meses de maio e junho. Os estudantes e professores das IES foram às ruas em defesa da educação, realizando atos como o “Ciência na Rua”, que consiste em grandes exposições de trabalhos em praças públicas com a finalidade de apresentar à sociedade os resultados e a extrema importância dos estudos e pesquisas realizados nas Instituições de Ensino. Apesar de toda articulação e luta dos estudantes, o Ministro da Educação, Weintraub insiste em dizer que as instituições do país promovem “balbúrdia”.
Atualmente, passamos por um processo de Pandemia da COVID19 e mais uma vez a “balbúdia” das universidades têm rendido frutos. As cientistas Ester Sabino e Jaqueline Goes de Jesus, ambas da Universidade São Paulo, decodificaram o genoma do novo Corona Vírus, trabalho essencial para possibilitar o desenvolvimento da vacina. Além disso, diversos professores e estudantes se colocaram à disposição nos laboratórios de suas universidades para produzirem álcool em gel. Graduandos do curso de medicina que estavam cursando o último período estão formando uma força-tarefa para auxiliarem nos serviços hospitalares. E no que tange a ciência histórica, esta têm se mostrado uma ferramenta fundamental para o conhecimento acerca de Pandemias/Epidemias que assolaram a humanidade no passado, bem como as táticas que foram utilizadas na época para superá-las. Assim é possível traçar estratégias de contenção do vírus como o isolamento social, que já era utilizado no século XVII quando se declarava peste numa cidade, por exemplo.
Portanto, é necessário que nós enquanto estudantes estejam sempre em defesa da educação, da Ciência, da Autonomia Universitária e contra qualquer outro ataque vindo contra nossos direitos do Governo Bolsonaro. Para tanto, hoje (07/05) a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, convocou uma Marcha Virtual em Defesa da Ciência, evocando o #ForaBolsonaro. Entendemos que não há como defender tudo que foi citado acima sem mencionar todo o responsável por essa conjuntura que estamos vivendo.
Louyse Sousa Silva, Graduanda em Licenciatura em História - Universidade Federal do Maranhão - Componho a Secretaria de Finanças da Secretaria Geral da FEMEH e a Secretaria de Comunicação da FEMEH Regional Norte e Nordeste.
Rafael Siriano Fontes, Estudante de História - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS - Secretário de Comunicação FEMEH NACIONAL - Militante do RUA-JUVENTUDE ANTICAPITALISTA.